Conta-nos um pouco sobre ti!

Chamo-me Rosália, ganhei o euro milhoes no dia 1 de junho de 1980, quando nasci. O meu nome foi escolhido pela minha madrinha que se chama Rosa e queria que no meu nome tivesse o dela, em 1980 estava a passar em Portugal a telenovela “Dona Xepa” que tinha uma personagem com o nome Rosália.
Tive uma infância plena de criatividade, cresci com o valor da família de cuidarmos uns dos outros. Aos 12 anos queria ser como o Vítor Baía, que era o meu ídolo. O futebol na altura era a minha paixão. Joguei futsal até aos 35 anos, com uns anos de interrupção por questões de saúde. Com 18 anos fundei com outros jovens uma associação juvenil na minha terra, a Radical Associação de Peroselo. No movimento associativo encontrei o caminho para contribuir para a minha comunidade, co- construindo soluções, liderei a RAP até aos 28 anos. Contudo o poder do associativismo ficou  dentro de mim, assim em 2005 fundei com outros profissionais a Psientífica, da qual faço atualmente parte dos orgãos sociais. O Parque Botânico de Vale Domingos, é desde 2016 um contexto que me inspira profundamente e que tenho uma enorme admiração pela comunidade de Vale Domingos, desde 2016 dou o meu contributo, tempo e dedicação fazendo parte dos orgãos sociais da Associação de Vale Domingos.
Nos meus tempos de lazer gosto de ver series e dar colo ao Kuka e a Ziva, os meus gatos, gosto de ler, caminhar na natureza, conviver com os amigos. Aliás adoro uma boa conversa e umas boas gargalhadas. Nos meus tempos de lazer adoro o silêncio para pensar e me permitir ter momentos de tédio e aborrecimento.

O que te inspira na vida?

Inspiram-me histórias de vida, a magia de cada ser humano, a criatividade como pilar da resiliência, a superação como caminho para os sonhos. Inspira-me a bondade, a empatia e o não julgamento como motores do desenvolvimento humano. Inspira-me o encanto da natureza, a ternura do simples e belo. Inspira-me ouvir o mar como uma melodia de paz e encontro comigo. Inspira-me observar os meus cantos e permitir-me ficar encantada com o seu mundo, a sua capacidade de estarem no aqui e no agora.

O que te inspirou para seguires o teu caminho?

Inspirou-me a minha professora de matemática do 12º ano, a professora Maria João que num momento de profunda dor da minha vida disse “eu sei o teu valor”, foram as palavras mágicas que me fizeram trilhar o caminho de transformação da dor em ação. Senti que queria fazer com outros o que ela fez comigo: devolveu-me a esperança, fez renascer os meus sonhos, porque com palavras simples fez-me acreditar que seria capaz.

Quem é que te inspira e porquê?

Jesus Cristo, pelo exemplo de bondade, não julgamento, compaixão, aceitação, empatia. Marcou-me muito ler o livro de Augusto Cury “O homem mais feliz da história”, pois de uma forma encantadora nos relata as ferramentas de gestão emocional que Jesus brilhantemente usou. Também me sinto profundamente inspirada pela história de vida e legado de Nelson Mandela, pela resiliência, poder do perdão e capacidade de unir uma nação, num profundo respeito por cada ser humano. Aos olhos de Mandela, ninguém é invisível, a todos olha com compaixão, aceitando as suas dores e valorizando as suas potencialidades.

Qual o papel na tua vida que te inspira mais e porquê?

O papel na minha vida que mais de inspira é a minha profissão, pois todos os dias dou o melhor de mim com ética do cuidado, compromisso, compaixão para que todas as pessoas que tenho o privilégio de trabalhar consigam encontrar o caminho do autoconhecimento, sonhos, superação, resiliência e gentileza consigo próprios. A minha profissão inspira-me todos os dias na busca de caminhos, soluções em ser uma co-pilota atenta, dedicada, em colocar a ciência ao serviço do outro,  mas sempre com profundo respeito pelo tempo e espaço do outro.

Qual foi o momento da tua vida que foi mais inspirador? Porquê?

24 de abril de 2004, quando joguei pela Seleção Nacional de Futsal feminino, pois foi a concretização de um sonho de criança. Um sonho que parecia impossível. Contudo aprendi que os impossíveis apenas demoram mais tempo, a paciência, o trabalho e o esforço são caminhos para os nossos sonhos.

Sentes-te inspirada a todo o momento? Que estratégias usas quando não te sentes inspirada?

Não me sinto inspirada a todos os momentos, pois também preciso dos meus momentos de tédio e aborrecimento. E quando tenho estes momentos permito-me sentir, sem pressa, vivendo na plenitude o momento, trabalhando a minha paciência. Estes momentos de tédio e aborrecimento são fundamentais para mim para depois ativar a criatividade, a resolução de problemas e voltar à inspiração.