Conta-nos um pouco sobre ti!

O meu nome é Luciana Correia, tenho 26 anos e sou apaixonada pela vida. Formei-me em Psicologia pela Universidade de Aveiro e, depois disso, já fiz formação em Parentalidade Consciente, Psicologia do Desporto e tornei-me formadora. A par com esta paixão pela psicologia também a sustentabilidade tem um lugar especial no meu coração e na minha vida e, por isso, sou a mente por detrás de um projeto nessa área. Gosto muito de aprender e estou sempre à procura de nova informação sobre todos os temas que me interessam. Um dos meus maiores sonhos é ser mãe e acredito que também é um dos meus propósitos de vida.

O que te inspira na vida?

Duas das coisas que mais gosto são viagens e aventuras e conhecer pessoas. Acredito que a minha grande inspiração são as pessoas que vou conhecendo e o que vou aprendendo com elas. Quando preciso de inspiração também costumo socorrer-me da música e de lugares bonitos, principalmente lugares ligados à natureza.

Há também algo que me inspira e que, habitualmente, mantenho mais reservado pela minha profissão, que é a minha crença em Deus e a minha ligação à Igreja. Especialmente em momentos de maior desafio e introspeção, considero que a minha fé e vários nomes da história da igreja constituem uma grande fonte de inspiração para mim.

Finalmente existem estados emocionais que me deixam mais inspirada como a gratidão que me suscita, de alguma forma, a vontade de retribuir algo ao mundo de forma positiva. Acredito que emoções positivas e, especialmente, a gratidão e o amor, têm a capacidade de transformar o mundo.

O que te inspirou para seguires o teu caminho?

Acredito que uma das coisas que mais me inspira a ser quem sou é a crença de que “posso ser o que eu quiser e sou amada pelo que sou e não pelo que tenho”. Talvez quando era mais nova essa crença não estivesse tão enraizada, mas desde cedo mostrei bem o que queria e reivindiquei às pessoas à minha volta que me aceitassem dessa forma. Penso que as pessoas à minha volta terem aceite que eu queria trilhar o meu caminho (algumas mais facilmente que outras) e, consequentemente, terem apoiado esse caminho foi crucial para confiar cada vez mais em mim e nas minhas escolhas.

Quem é que te inspira e porquê?

Seria ingrato nomear pessoas porque considero que sou muito permeável aos outros e que, certamente, cada pessoa que se cruzou no meu caminho me inspirou de alguma forma.

Acredito que mesmo as pessoas que pensam ou agem de uma forma que não me faz sentido acabam por me inspirar a ser melhor e a, também, transmitir-lhes a minha visão para juntos crescermos. Existem algumas mulheres que me inspiram começando pela minha mãe que me mostrou sempre a importância de ser independente e fiel a mim mesma, ao que sou e ao que quero.

Por outro lado, existem figuras mais conhecidas como a Catarina Gouveia que me inspira pelo seu estilo de vida tão consciente e leve ou a Mikaela Oven que me inspira ao nível da parentalidade e da importância de termos as nossas intenções bem definidas. Como disse anteriormente, ao nível da minha fé, a figura de Maria também é alguém que me inspira muito e, existe inclusive um livro – “Maria, a maior educadora da História” de Augusto Cury – que recomendo a todas as pessoas, crentes e não crentes, porque mostra facetas de Maria que nem sempre são vistas e que nos podem inspirar no dia-a-dia.

Acho que nunca tinha pensado bem nesta pergunta e agora percebo que sou muito mais inspirada por mulheres talvez porque acredito que busco nelas o melhor dos dois mundos – a praticidade, objetividade e razão da energia masculina e o lado mais emocional e de cuidador da energia feminina.

Qual o papel na tua vida que te inspira mais e porquê?

Tanto quando trabalho como psicóloga como quando estou envolvida na dinamização de atividades para jovens, sinto uma grande inspiração e, de alguma forma, sinto o impacto do que sou nas outras pessoas e, consequentemente, no mundo.

Olhando para o futuro, eu acredito que se o meu sonho de ser mãe se concretizar, vai ser o papel em que me vou sentir mais realizada e, ao mesmo tempo, mais inspirada porque é o papel que me dá a possibilidade de fazer muitas coisas diferentes e de transmitir a outra pessoa aqueles que considero serem os valores que contribuem para um mundo melhor.

Qual foi o momento da tua vida que foi mais inspirador? Porquê?

Não sei se foi o momento mais inspirador, mas foi o primeiro que me veio à memória. Tinha cerca de 13 ou 14 anos, penso eu, e a minha escola básica tinha uma atividade de EMRC que decorria no fim-de-semana.

Nesse fim-de-semana fomos convidados a procurar o “Maior Templo do Mundo” e esta busca acabou por orientar os dias de sexta e sábado e as várias atividades que fomos fazendo. Na noite de sábado, o desespero já começava a reinar porque tínhamos caminhado imensos kms e não encontrámos nada até que, encontrámos o “Maior Templo do Mundo” que era, nada mais nada menos, que o nosso reflexo num espelho.

O momento que se seguiu, com fogo de artifício e música, foi um momento de grande viragem e introspeção. Estava a passar pelo divórcio dos meus pais e, este foi momento muito transformador e inspirador, especialmente porque me ajudou a perceber a importância de cuidar de mim e de me rodear de pessoas especiais, que agreguem valor à minha vida e contribuam para o meu bem-estar. Só assim seria possível sentir-me fortalecida para ajudar os outros.

Considero realmente que foi um momento muito inspirador e que teve e ainda tem impacto na minha vida. Recordo-o como um momento muito feliz e crucial para a pessoa que sou hoje.

Sentes-te inspirada a todo o momento? Que estratégias usas quando não te sentes inspirada?

Claro que não, seria hipócrita se dissesse que sim, que todos os dias me sinto inspirada e que todos os dias me apetece levantar da cama e fazer alguma coisa em prol do mundo ou de mim própria.

Todos nós passamos por dias mais cinzentos e algo que considero muito importante para mim (não sei se se pode considerar uma estratégia) é aceitar estes dias. Habitualmente quando acontecem 2 ou 3 dias seguidos em que me sinto assim dou espaço para que as minhas emoções venham ao de cima e me mostrem se há algo que esteja a contribuir para esta falta de inspiração.

Por vezes apercebo-me que esta fase advém de algum assunto que me preocupa e que de alguma forma não estou a conseguir resolver internamente. É nesses momentos que dou tempo ao tempo e não exijo tanto de mim. Aceito que esses podem ser dias menos produtivos e menos criativos e procuro nutrir-me a mim própria e vivenciar novas experiências. Habitualmente quando faço isto, a inspiração tende a ressurgir naturalmente.

Recentemente comecei a prestar mais atenção ao meu ciclo menstrual e percebi também que, ao longo do ciclo, tenho momentos de maior e menor inspiração. Esta descoberta também foi muito importante para me fazer aproveitar as fases melhores e me fazer autocentrar nas fases mais desafiantes.