Quando foi a última vez que paraste para pensar no quanto vales? Quando foi a última vez que te congratulaste pelo esforço que implicaste na realização de uma tarefa? Qual foi a última vez que, não tendo conseguido alcançar o teu objetivo, elogiaste e valorizaste a tua persistência no caminho percorrido?
Antoine de Saint Exupéry, no seu tão famoso livro “O principezinho”, diz-nos que “o essencial é invisível aos olhos” e de facto, acredito que já tenhas dado por ti a identificar numa rua por onde passas todos os dias, pormenores que no dia anterior já lá se encontravam mas que o teu olhar, coberto pela preocupação de chegar ao destino, não os permitiu observar. A rua é a mesma. Os pormenores são imutáveis. Contudo, as lentes com que os observas são tão incertas quanto o rol de preocupações, juízos e objectivos que todos os dias te acompanham.
Desafio do dia
Hoje, desafio-te a trocar as lentes com que perspectivas a tua realidade, as tuas competências, a tua capacidade de agir! A deitar fora a lente da preocupação, do juízo, do objectivo final, da rotina e da tradição e por um dia, permitires-te a ver fora da tua zona de conforto.
Reflexão e Metáfora
Recordando as questões anteriormente colocadas, acredito que a maioria das respostas tenha sido “nunca”, “há muito tempo” ou até mesmo “mas porque é que me vou felicitar quando não consigo alcançar o meu objectivo?”. Ora, pensando num jogo de futebol e em jeito de metáfora, para que vais ficar 90 minutos do teu tempo a ver jogadores a tentar marcar golo na baliza adversária, quando em meia dúzia de minutos e com pénaltis, conseguirias rapidamente perceber qual seria o resultado final?
O percurso realizado para a prossecução de um objectivo deverá ser tão ou mais valorizado que o resultado final alcançado. É durante os 90 minutos que os jogadores encontram adversidades ao seu estilo de jogo e que, na diferença do que a rotina lhes permite fazer, tornam-se mais conhecedores de si próprios, das suas competências, das suas necessidades e no fundo, se constroem enquanto jogadores e enquanto equipa.
Auto-Valorização
E tu, quando foi a última vez que paraste para pensar no quanto vales?
Valorizar as conquistas pessoais e o esforço necessário para a prossecução de um objectivo não só é uma necessidade individual, como é um requisito indispensável para a promoção da tua própria auto-estima e da construção de quem és e do que podes vir a ser enquanto pessoa, enquanto amiga, mãe, pai, profissional, amigo e todos os demais papéis sociais que diariamente representas.
Reconhecimento e Mudança
Reconhecer esta necessidade, ter vontade de mudar, ser capaz de trocar a lente da rotina, da tradição e dar o salto para fora da tua zona de conforto serão provavelmente os ingredientes primordiais para alcançar a valorização pessoal desejada. E muitas vezes, tudo isto passa por perceber que há coisas em ti que não funcionam tão bem como gostarias: a tua forma de pensar, a tua forma de reagir, o modo como lidas com as emoções, as dificuldades que podes ter na alimentação, nos momentos de maior stress e até mesmo a dificuldade de conseguir parar, relaxar e ver a tua com umas lentes diferentes.
Reconhecer estas dificuldades é reconhecermo-nos humanos e pedir ajuda para mudar é reconhecer que mesmo na dificuldades, há (sempre!) uma luz de coragem (que podes não ver mas que quem está à tua volta vê) que te faz querer ser melhor e SENTIR melhor! Lembra-te: se percebes que algo em ti não está bem e tens vontade de mudar, um Psicólogo pode ajudar.